Proponho pensar sua meta de ano novo como se você fosse personagem de um filme, o filme da sua vida. Comece essa reflexão com uma decisão: que tipo de personagem seremos: o protagonista ou um figurante?
Um figurante vai se colocar menos desafios, pois estará em segundo plano em relação à história do outro. Talvez chegará em 2020 menos cansado, mas pode perder o frescor do desejo, do tempo, dos sonhos. Toda aquela alegria da festa de um ano fresquinho chegando essa época pode virar engodo, frustação, repetição do mesmo. Quando a pessoa se der conta, o ano acaba e ela não faz nada de novo.
Já o protagonista tem o frescor do desejo guiando suas escolhas. Enfrenta com responsabilidade as situações inusitadas da vida. Cansa, se frustra e chora, mas, com sorte e esforço, alegra-se com suas escolhas e realizações. O protagonista é aquele que transcendeu o que Freud (1920) costumava referir como sendo a repetição “diabólica” do sintoma que atrai o ser humano para a repetição do mesmo. Ele abriu mão dos velhos mapas de navegações, deixou de dar tanto peso para a opinião alheia e passou a se orientar pelo seu desejo.
Uma análise ajuda as pessoas assumirem o protagonismo de suas vidas. Sem alterar o passado de ninguém, leva-o a traçar seu plano de voo para um ano realmente novo, diferente, corajoso, em que, a cada dia, o sujeito se faz responsável seu advir.
Leva, ainda, as pessoas a conseguirem se organizar com outros protagonistas em laços de parceria (de trabalho, de amizade, de romance) que sejam produtivos e amorosos. Afinal, ninguém está aqui para ser figurante na história de ninguém. Aproveito este texto para agradecer aos leitores pela companhia neste site e para desejar a todos um feliz ano novo!
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