Meta de ano Novo: Qual é o filme da sua vida?

Proponho pensar sua meta de ano novo como se você fosse personagem de um filme, o filme da sua vida. Comece essa reflexão com uma decisão: que tipo de personagem seremos: o protagonista ou um figurante?
Um figurante vai se colocar menos desafios, pois estará em segundo plano em relação à história do outro. Talvez chegará em 2020 menos cansado, mas pode perder o frescor do desejo, do tempo, dos sonhos. Toda aquela alegria da festa de um ano fresquinho chegando essa época pode virar engodo, frustação, repetição do mesmo. Quando a pessoa se der conta, o ano acaba e ela não faz nada de novo.
Já o protagonista tem o frescor do desejo guiando suas escolhas. Enfrenta com responsabilidade as situações inusitadas da vida. Cansa, se frustra e chora, mas, com sorte e esforço, alegra-se com suas escolhas e realizações. O protagonista é aquele que transcendeu o que Freud (1920) costumava referir como sendo a repetição “diabólica” do sintoma que atrai o ser humano para a repetição do mesmo. Ele abriu mão dos velhos mapas de navegações, deixou de dar tanto peso para a opinião alheia e passou a se orientar pelo seu desejo.
Uma análise ajuda as pessoas assumirem o protagonismo de suas vidas. Sem alterar o passado de ninguém, leva-o a traçar seu plano de voo para um ano realmente novo, diferente, corajoso, em que, a cada dia, o sujeito se faz responsável seu advir.
Leva, ainda, as pessoas a conseguirem se organizar com outros protagonistas em laços de parceria (de trabalho, de amizade, de romance) que sejam produtivos e amorosos. Afinal, ninguém está aqui para ser figurante na história de ninguém. Aproveito este texto para agradecer aos leitores pela companhia neste site e para desejar a todos um feliz ano novo!

Sobre gloriavianna@terra.com.br

Glória Vianna é psicanalista lacaniana e carioca. Formada em Psicologia pela PUC-RJ, fez curso de especialização em Arteterapia no Instituto de Arteterapia no Rio de Janeiro. Nessa área, trabalhou com grupos de crianças de 4 a 9 anos. Até hoje, adora história da arte (e sabe contar, com arte, várias histórias no atendimento de crianças). Durante quatro anos, fez formação analítica na Sociedade de Psicanálise Iracy Doyle, no Rio de Janeiro. Fundou, com um grupo de psicanalistas brasileiros e argentinos, a Escola de Psicanálise de Niterói, em 1983. Nessa época, traduziu as conferências de Gerárd Pommier e Catherine Millot. As traduções foram publicadas na revista da escola, “Arriscado”. Ama cavalos. Durante quase 10 anos dedicou-se à criação de cavalos árabes, criação essa que chegou a ter amplo reconhecimento no exterior. Vinda para São Paulo no final do ano de 1989, adaptou-se, a duras penas, à vida paulistana, onde, inclusive, fez Mestrado em Linguística na PUC-SP. Hoje, transita com facilidade entre São Paulo e Rio de Janeiro, mantendo clínicas em ambas as cidades. Eu seu site, Glória divide, com muito bom humor, pequenos episódios retirados de seus mais de 30 anos de clínica.
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Um Comentário

  1. ANNA M G CARMAGNANI

    Como sempre, palavras muito bem colocadas! Feliz Ano Novo, Glória e continue sendo a protagonista da sua história! Bjs

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