Como estamos recebendo as notícias acerca do corona vírus? Existem 4 tipos de pessoas nessa crise. Confira:
1) Comecemos com o time Avestruzes. São aqueles que não percebem o que está acontecendo. Negam a pandemia, minimizando o perigo do corona. Negam o problema e todas as recomendações do ministério da saúde. Acreditam que não vai acontecer nada com eles, pois são invulneráveis.Toda precaução lhes parece exagerada. Ou, então, o desconhecimento faz com que “receitas” milagrosas surjam. Há sempre alguém que conhece um chá, que é um santo remédio, outro que recomenda um medicamento que comprou na farmácia e que o ajudou muito. Assim, cada qual à sua maneira vai tentando equilibrar os “pratinhos no ar”;
2) Demos sequência comos Pragmáticos de Plantão. Pais e mães que até então trabalhavam nas horas em que seus filhos estavam nas creches ou colégios repensam como deixá-los em casa enquanto a pandemia não para. Deixá-los com os avós não pode ser uma alternativa, afinal, é momento de proteger os mais vulneráveis. Quem ganha menos sai do trabalho? Tira licença? Pais e mães organizam-se numa tentativa de estabelecer novos horários caso estejam fazendo home-office; o dia passa a ser milimetricamente tabelado e, de noite, está todo mundo infeliz, mas com a sensação de dever cumprido. Por outro lado, há quem esteja vendo a situação de outra maneira. Uma criança, em sessão, contou que estava feliz por ficar mais tempo com o pai em casa, porque ele a tinha colocado para dormir contando uma história. A alegria vinha também do fato da mãe tê-la ajudado com uma tarefa antiga do colégio;
3) Prossigamos com o time Amigos do superego. População em pânico, alarmistas de fake News de plantão, prontos a criar mais notícias que causem um alarme maior. Não há ocasião mais proveitosa para o sujeito culpado, o hipocondríaco ou para aqueles que apreciam uma boa intriga histérica! Os canais de televisão disputam o espaço de informações para os telespectadores; as farmácias avisam que os estoques de máscaras acabaram e o álcool gel sumiu das prateleiras! Mal conseguem agir de tanta ansiedade e medo dos “finais dos tempos” causado pelo corona. Há, ainda, a angústia de ficar em casa, isolado, sem saber como lidar com a situação;
4) Terminemos com o time dos Sujeitos responsáveis na sociedade. É o time daqueles que, frente a essa pandemia, estão tentando encontrar modos de transitar, assumindo um “risco calculado”, um cálculo necessário de suas ações para que a sua saúde, e a da população, sejam levadas em conta. Eles colocam o “jeitinho brasileiro” a serviço da invenção de formas criativas de lidar com a situação. Por exemplo, estão trabalhando de modos que nunca fizeram antes, cozinhando com e para a família ao invés de ir para restaurantes, investindo em novas leituras.
É hora de saber que o melhor companheiro nesta hora que nos coloca à prova vai ser nossa capacidade de criar novos modelos de laço social, capazes de ultrapassar o isolamento, mesmo quando o corpo físico não pode estar tão presente.